Times franceses entram em greve contra imposto para empresas milionárias

Governo quer que companhias paguem 75% por salários de funcionários que ultrapassem um milhão de euros anuais

Por Opera Mundi
Quinta-feira, 24 de outubro de 2013


Os times de futebol da primeira e segunda divisão francesa vão entrar em greve na próxima semana em protesto ao plano do governo de impor um novo imposto para empresas milionárias. A decisão foi anunciada nesta quinta-feira (24/10) pela UCPF (União dos Clubes Profissionais da França na sigla em francês).

A nova medida, que deve entrar em vigor no próximo ano, estabelece uma taxa de 75% para companhias que tenham funcionários com salário anual maior de um milhão de euros. A percentagem, no primeiro esboço do governo, seria, antes, descontada dos empregados, mas, agora, pode se tornar uma obrigação dos empregadores por apenas dois anos.

Os clubes acreditavam que estariam isentos do imposto, mas o ministro dos Esportes, Valério Fourneyron, confirmou no mês passado que a medida também valerá para companhias esportivas. Estima-se que o Paris Saint Germain, pertencente a um grupo de investidores do Qatar, será o mais afetado com a mudança.

A UCPF argumenta que a taxa terá um efeito negativo para o futebol francês, que tem de competir por jogadores no mercado internacional contra espanhóis, britânicos, alemães e italianos. Segundo a organização, o imposto terá um custo de 44 milhões de euros anuais, podendo prejudicar suas receitas.

Estimativas indicam que os times gastam cerca de 150 milhões com seus jogadores por temporada. Na lista dos 20 clubes mais ricos do mundo, o Olympique de Marseille aparece na 14ª posição com lucro anual estimado de 150,4 milhões de euros e o Olympique Lionnays na 17ª colocação com lucro anual de 132 milhões de euros.

“Essa taxa é injusta e discriminatória”, disse Pierre Louvel, presidente da UCPF, ao comunicar a greve nesta quinta (24/10). Ele não descartou a possibilidade de estender o protesto e disse que esta decisão dependerá da reunião que os representantes dos clubes terão com o presidente francês, François Hollande, na próxima semana para discutir o tema.

A última vez que os jogos de futebol da primeira liga nacional foi em 1972, mas, dessa vez, sob iniciativa dos jogadores e não dos clubes.

O protesto ganhou o apoio da LFP (Liga de Futebol Profissional na sigla em francês), responsável por organizar os campeonatos no país, mas não parece ter conquistado a simpatia dos torcedores. Segundo pesquisa citada pela revista Financial Times, 85% dos franceses concordam com a taxação dos clubes.

O imposto foi uma das promessas de campanha de Hollande e tem como objetivo melhorar a arrecadação do governo francês, afetado duramente pela crise econômica europeia.




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