O deputado estadual e presidente do PT paulista, Edinho Silva, defendeu o diálogo permanente entre todos os envolvidos na cadeira produtiva da laranja com objetivo de não só responder às crises, mas de construir propostas para o avanço do setor no estado de São Paulo. O parlamentar, que é Coordenador da Frente Parlamentar de Citricultura, foi convidado a integrar a mesa de debates da Audiência Pública realizada pela Comissão de Atividades Econômicas da Assembleia na tarde desta terça-feira, dia 22.

Para Edinho, a citricultura paulista, uma das principais âncoras econômicas do estado, passa muitas vezes por problemas estruturais e conjunturais típicas da agricultura e a formulação de propostas acabam sendo prejudicadas em momentos de crise. “Se não tivermos condições de formular e pensar o setor a médio e longo prazo, não tenho dúvida, que estaremos mais correndo atrás das crises do que construindo medidas duradouras e importantes para o desenvolvimento da citricultura”, disse.

Na sua avaliação, é importante manter espaços como esse de debate. O parlamentar defendeu o Consecitrus, que tem como proposta funcionar como um conselho com representantes da cadeia produtiva a fim de definir um novo padrão de remuneração do setor, além de discutir demandas como mercado e redução de custos da produção.

"Penso que o maior avanço que podemos ter em relação a todas as dificuldades que o setor enfrenta é a criação desse Conselho, nos moldes do Consecana para o setor canavieiro. As contradições existentes são gritantes, mas não tenho dúvidas que espaços como esse são importantes para que possamos constantemente manter o diálogo tentando colocar na mesa todos os setores envolvidos como indústria, produtores, trabalhadores e setor público”, explicou o deputado.

O Brasil é o maior produtor de laranja e o maior exportador do suco do mundo. A citricultura atinge no país, com exportações, cerca de U$S 2 bilhões anuais. Pesquisas demonstram que a cada 10 copos bebidos de suco de laranja no planeta, seis são de origem brasileira. A citricultura paulista representa 85% da produção brasileira.

Participaram da audiência também o presidente da Comissão realizadora, deputado Itamar Borges, os deputados estaduais membros da Comissão, Zico Pradi, Professor Tito, Carlos Cesar, José Bittencourt e Ana do Carmo, o deputado federal Edinho Araújo, o presidente da FAESP (Federação da Agricultura e Pecuária do estado de São Paulo), Flávio Viegas, presidente da Associtrus, Ibiapaba Netto, Diretor da Citrus BR, Orlando Melo de Castro, representando a Secretaria Estadual de Agricultura, além de várias entidades representando os trabalhadores do setor, prefeitos e vereadores.

Plano

Edinho também defende um Plano Estadual para a Citricultura que deve nortear as ações do governo na área da Citricultura. O documento, formulado pela Frente Parlamentar coordenada por ele a partir de uma série de pesquisas acadêmicas e intenso diálogo com a cadeia produtiva, deve ser entregue ao governador Geraldo Alckmin em breve.

As diretrizes inseridas no Plano Estadual da Citricultura vão desde a criação de plataformas de acesso à informação, com aprimoramento de metodologias e sistemas dos dados oficiais da laranja, até propostas para o fomento do mercado interno, política de créditos, enfrentamento às pragas, programa de capacitação de trabalhadores entre outras.

Na sua avaliação, o Plano pode ajudar o estado a aumentar a competitividade internacional e tornar a atividade propulsora do desenvolvimento social. Ele ressalta que é necessário pensar no desenvolvimento sustentável da citricultura paulista, não só do ponto de vista econômico, mas também do meio ambiente e da relação com o trabalhador.

Para Edinho é fundamental que o Plano seja resultado de um esforço conjunto dos parlamentares e diversos setores que compõem a cadeia produtiva como trabalhadores rurais, pequenos proprietários, produtores e representantes da indústria processadora de suco de laranja, além de sindicatos, prefeituras, órgãos do Governo do Estado e do Governo Federal, universidades, centros de pesquisa e demais entidades interessadas.