SPM divulga nota em repúdio ao caso Fran nesta terça

Secretaria repudiou a divulgação e a reprodução de vídeo nas redes sociais

Por Portal Vermelho, com agências
Terça-feira, 22 de outubro de 2013


Depois de brigar com a namorada, um cara postou um vídeo feito em um momento íntimo entre ele e Fran, de Goiânia. O caso Fran ganhou repercussão em todo país, muita gente fazendo piada, repetindo um gesto dela no video nas redes sociais. Na manhã desta terça-feira (22), a Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República repudiou a divulgação e a reprodução de vídeo.

Além do vídeo, a identidade de Fran foi descoberta, espalharam o endereço dela, o local de trabalho, o que a obrigou a mudar de visual, se afastar do trabalho, deixar de sair. Mas, se muniu de coragem e, mesmo com a vida invadida dessa forma, se empoderou e procurou a delegacia para registrar ocorrência.

Agora, o inquérito policial está correndo; o pai do autor do "vazamento" diz que o filho está cabisbaixo, triste, sem sair de casa. Mas em que momento a vida dele foi exposta? Porque o roteiro é sempre o mesmo: quem é julgada, xingada, maltratada, é a mulher que aparece nos vídeos ou fotos. O homem? É o comedor, o espertão que, além de conquistar uma gatinha, ainda está mostrando seu troféu para o resto do mundo.

Abaixo a nota

Nota da SPM sobre o caso Fran


A Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República repudia a divulgação e a reprodução de vídeo no que ficou conhecido como o caso da jovem Fran, a qual teve sua vida privada exposta na internet.

A propósito, ainda na semana passada o Brasil atuou fortemente na formulação do Consenso de Santo Domingo, aprovado na 12ª Conferência Regional sobre a Mulher da América Latina e Caribe. No documento, o país posicionou-se contra a espionagem e o mau uso das novas tecnologias e a favor do direito à privacidade e à proteção de dados pessoais em todas as etapas de coleta e processamento de dados.

As novas tecnologias de informação e comunicação devem ser ferramentas para o exercício de cidadania e de conhecimento. Não podem ser recursos de reprodução de discriminações e opressões, inclusive sobre as liberdades individuais.

Ao se manifestar sobre esse caso em particular, que é emblemático, a SPM deixa claro seu repúdio a todas as outras ocasiões e episódios de desrespeito a esse direito fundamental que é o da privacidade, ainda mais quando embalado em claro recorte de gênero.

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