Prefeitura de Mauá não vai retroceder na decisão de implantar novo sistema de transporte coletivo
Diante do ocorrido neste sábado, quando ônibus foram incendiados e depredados, foi criado um gabinete de gestão de crise
Segunda-feira, 21 de outubro de 2013
O gabinete envolve a Prefeitura e as polícias Civil e Militar e vai apurar as ocorrências, garantir a prestação do serviço da empresa contratada e também a segurança dos passageiros.
Em coletiva realizada no início da tarde deste sábado, em seu gabinete, o prefeito Donisete Braga, afirmou que o processo de implantação de um novo sistema de transporte coletivo para a cidade não vai parar. A coletiva foi organizada após sete ônibus da empresa que a Prefeitura de Mauá contratou em caráter emergencial para prestar serviço na cidade foram alvos de depredação e incêndio.
Quatro ônibus foram incendiados (três no Jardim Guapituba e um no Jardim Itapark, onde o fogo atingiu a fiação elétrica) e outros três foram apedrejados. A Polícia Civil já instaurou inquérito para apurar as ocorrências. A Polícia Militar reforçou o efetivo nas ruas da cidade e terminais rodoviários.
“Essas ações criminosas não vão nos intimidar. Estamos atendendo ao anseio da população que há muito tempo reivindica um transporte mais eficiente, de mais qualidade na cidade”, declarou o prefeito Donisete Braga. Segundo ele, as medidas tomadas visam garantir a implantação de um novo modelo de transporte.
A prefeitura fez a contratação emergencial após rescindir os contratos com as duas atuais concessionárias - Leblon e Viação Cidade de Mauá. Elas foram declaradas inidôneas por fraude no sistema de bilhetagem, além de não cumprirem os contratos, manterem uma frota sucateada e sem conforto para o usuário, não cumprirem os horários e nem as exigências da Prefeitura por uma prestação de serviço mais qualificado.
“Cada empresa recebe pela quantidade de passageiro transportado. As duas empresas invadiram o sistema e fraudaram os dados pra que pudessem receber um valor de maneira antecipada”, explicou Paulo Eugênio, secretário de Mobilidade Urbana. Além disso, há cerca de 30 dias a Prefeitura implantou o sistema de GPS que controla os horários de chegada e partidas dos ônibus e aplicou aproximadamente 1800 multas por atrasos à viação Cidade de Mauá e outras 900 à Leblon.
O prefeito explicou que em 10 de setembro passado foi publicado o decreto nº 7857, que declarou a inidoneidade das duas empresas, que estão impedidas de participar de licitações pelos próximos dois anos. Em 18/10 a prefeitura publicou no Diário Oficial do Município a rescisão dos dois contratos. Elas também foram multadas pela administração: a Leblon em R$ 12 milhões e a Viação Cidade de Mauá em R$ 8,4 milhões.
Empresa Emergencial
Com a rescisão dos contratos e respaldada por uma ação judicial, a Prefeitura contratou uma nova empresa em caráter emergencial. Os ônibus estão circulando em cinco linhas da cidade (31 – Parque São Vicente, 41 – Vila Mercedes, 89 - Zaíra Radial, 101 – Jardim Itapark e 131 – Jardim Itapeva), atendidas pela viação Cidade de Mauá. A meta é substituir toda a frota que serve à cidade nos próximos meses.
Também participaram da entrevista coletiva o secretário de Mobilidade Urbana Paulo Eugênio Pereira, o delegado da Polícia Civil Alberto José Mesquita Alves e o Tenente Coronel Paulo Barthasar, comandante do 30º Batalhão da Polícia Militar, responsável por Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.
Dados do sistema de transporte público da cidade
Atualmente as 52 linhas de ônibus do município são atendidas por 220 veículos. O lote 1, atendido pela Viação Cidade de Mauá atua em 31 linhas com 130 veículos; a Leblon atua no lote 2, em 19 linhas com 90 ônibus.