Saiu no Valor, o PiG (*) cheiroso:

Marina critica Dilma e defende volta do tripé


Talita Moreira e Daniela Chiaretti | De São Paulo

Durante encontro fechado, na sexta-feira, com cerca de cem empresários, investidores e profissionais do mercado financeiro, a ex-ministra Marina Silva (PSB) fez duras críticas à política econômica do governo Dilma Rousseff e defendeu o retorno do tripé – geração de superávits primários nas contas públicas, câmbio flutuante e metas para inflação – que vigorou nos governos Fernando Henrique Cardoso e Lula.

Segundo relatos do encontro ouvidos pelo Valor, Marina afirmou discordar do expansionismo fiscal adotado pelo atual governo e apoiou a geração de superávits primários “expressivos, sem manobras contábeis”. Para a ex-ministra, o câmbio deve voltar a flutuar livremente sem tantas intervenções do Banco Central. Além disso, é preciso promover uma sinalização firme para que a inflação volte ao centro da meta (4,5%) – na gestão atual, a inflação média anual está girando em torno de 6%.

Na opinião de Marina, que se aliou ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), para desafiar a presidente Dilma na eleição do próximo ano, o combate à inflação foi relegado pelo atual governo. Durante o evento, organizado pelo banco Credit Suisse, ela disse também que o BC precisa ter autonomia para operar, mas mostrou dúvidas quanto à formalização da independência.

Navalha

Aos poucos, a Bláblárina tira o xale e se revela o que é, na essência: uma Tucarina.

O ideário – ou melhor, a forma de levantar dinheiro para a campanha, em São Paulo – tucarínico não passa de uma compilação das “ideias“ do Príncipe da Privataria, revistas e atualizadas por suas trombetas: a Urubóloga, cujas inclinações “ambientalistas” são sobejamente conhecidas, e “os economistas de bancos” que se reúnem na Casa das Garças e no Instituto Millenium, o IPÊS com Botox.

Interessante que essa ressurreição do neolibelismo (**) se dê quando os Estados Unidos, onde se pratica o “capitalismo selvagem” aqui copiado pelo Príncipe, levam ao Banco Central uma keynesiana, Janet Yellen.

Os colonizados são sempre assim.

Pensam que estão na Metrópole, mas a Metrópole deles não toma conhecimento.

Por ora, o conselheiro visível da Tucarina é o respeitado filósofo e economista Eduardo Gianetti, editado pela Companhia das Letras, esse pilar do pensamento (sic) tucano paulista.

Quando a chapa começar a esquentar, e ela começar a recorrer aos plebiscitos, é possível que a Tucarina seja obrigada a levar para a ribalta economistas de inclinação ambientalista.

Banqueiros não são muito chegados a filósofos …

E aí pode ser a vez de André Lara Resende, cuja biografia está esculpida em mármore pelo Luis Nassif, no livro inesquecível “Cabeças de Planilha”.

Resende morou num quinta em Portugal, transportava de avião para Londres seus cavalos de raça, e adotou a linha da “Ortodoxia com Ambientalismo”.

O que é um seguro passaporte para entrar nos saraus de banqueiros de todo o mundo.

Porque o lançamento das “ideias” da Tucarina foi exatamente diante uma plateia de cem empresários, investidores e profissionais (sic) na sede do banco Credit Suisse, em São Paulo.

Por suposto, não se pode falar em “lavagem de dinheiro” na calçada da sede de um banco suíço …

Tucarina é a fadinha da floresta tucana.

Até agora não ofereceu ao distinto público uma única ideia original – é o primeiro zero da soma com o segundo zero do Ciro Gomes.

Surpreende que aos banqueiros suíços ela não tenha dito que o sistema de “concessão” do pré-sal é melhor do que o de “partilha”.

Aí, sim, será a Gloria in Excelsis !

Não deixe de ler “Azenha e popularidade do Príncipe”.


Em tempo: a Tucarina precisa, antes de mais nada, convencer os tucarineiros de que foi uma boa ideia se associar ao Dudu:


Após reunião, Rede decide que não vai integrar a Executiva do PSB

BRASÍLIA – A Rede decidiu que não vai integrar a Executiva do PSB. Em reunião realizada durante este domingo, a comissão nacional provisória do partido resolveu criar um grupo com cinco membros, incluindo a ex-senadora Marina Silva, para fazer o diálogo com o partido com o qual está coligado.

- Nenhum membro da Rede vai participar das instâncias do PSB – disse Bazileu Margarido, da comissão nacional provisória da legenda.

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Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) “Neolibelê” é uma singela homenagem deste ansioso blogueiro aos neoliberais brasileiros. Ao mesmo tempo, um reconhecimento sincero ao papel que a “Libelu” trotskista desempenhou na formação de quadros conservadores (e golpistas) de inigualável tenacidade. A Urubóloga Miriam Leitão é o maior expoente brasileiro da Teologia Neolibelê.