O primeiro-ministro de Malta, Joseph Muscat, alertou neste sábado (12/10) que o Mar Mediterrâneo, um dos principais elos de comunicação entre África e Europa, está se transformando em "um autêntico cemitério”. A declaração foi feita após mais um naufrágio de uma embarcação com cerca de 250 imigrantes a bordo, no estreito da Sicília, nesta sexta-feira (11).

O dirigente também criticou as autoridades europeias, dizendo que Malta se sente “abandonada” pelo resto da Europa. Muscat pede que alguma medida seja tomada rapidamente para evitar novas tragédias. “Neste momento os políticos estão a pensar em apertar as regras da migração. Para nós, a maior preocupação são estas pessoas no mar”, criticou.

“Sentimo-nos abandonados pela Europa. Não sei quantas mais pessoas precisam de morrer no mar até que algo seja feito. Vamos garantir que a nossa voz é ouvida durante o próximo Conselho Europeu. As regras têm de ser alteradas, não importa se são mais apertadas ou não, o facto é que as coisas não estão bem e têm de ser resolvidas”, disse Muscat.

Junto com a Itália, as autoridades de Malta participaram da operação de socorro para tentar salvar a vida das vítimas do naufrágio. O balanço inicial dava conta de 50 mortos – alguns jornais ingleses e italianos mantêm este número. No entanto, na manhã deste sábado, foram encontrados apenas 34 corpos- maioria de mulheres e crianças, segundo a agência italiana Ansa.

Segundo a AFP, 143 imigrantes chegaram hoje de manhã à capital de Malta, Valeta. A terra chegaram também os corpos de quatro imigrantes – uma mulher, duas crianças e um recém-nascido. O acidente aconteceu uma semana após o naufrágio de Lampedusa, no sul da Itália, em que mais de 300 imigrantes sem documentos morreram.