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Macro Vale do Paraíba: organização partidária é tema central do terceiro debate entre presidenciáveis
Atividade será retransmitida pela Web Rádio Linha Direta às 16 horas de segunda, quarta e sexta-feira
Sábado, 5 de outubro de 2013
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A cidade de Taubaté, na macrorregião Vale do Paraíba, recebeu a terceira rodada de debates entre candidatos à Presidência do PT Paulista na tarde desse sábado (5). Tema mais votado na enquete do Portal Linha Direta, a organização partidária, ao lado da política de alianças, das demandas vindas das ruas nas manifestações de junho e as ações em defesa das políticas públicas e movimentos sociais, puxou o debate mediado pelo blogueiro Irani Lima. Mais de três mil internautas acompanharam a transmissão pela TVLD.
De acordo com as regras pré-estabelecidas pela Comissão de Organização Eleitoral (COE) do PT-SP, cada um dos cinco candidatos teve três minutos para explicar porque deseja presidir a sigla. Licio Lobo, representante da chapa A Esperança é Vermelha, e Carlão do PT (Pela Esquerda Que Queremos São Paulo), frisaram a necessidade de repensar a política de alianças realizada hoje, evitando a aproximação de partidos com visões divergentes a do PT. “Temos que nos aliar com quem defende um programa de avanços para o Brasil”, garante Licio. “É inadmissível construir uma política de aliança que não passa pelo partido”, completa Carlão.
Contrário a esse posicionamento, o candidato da CNB, Emidio de Souza, lembrou que o governo federal não teria sido conquistado por Lula caso não tivessem sido costuradas apoios de outras legendas. “Essa aliança nunca fez o PT abrir mão do seu caminho. Eu não tenho medo da rua”. E garantiu que, quando prefeito de Osasco, aprendeu que as vitórias se constroem com muito sacrifício. No entanto, teve apoio de 20 partidos na base aliada, sem interferência em seu mandato. “Não tenho medo de alianças também”, conclui.
Representando a chapa Constituinte por Terra, Trabalho e Soberania, Misa Boito alertou para o distanciamento do partido a suas origens. “Nossa luta é para reverter o afastamento do PT de suas bases sociais”. Seguindo essa mesma linha, Miranda, do Virar à esquerda! Reatar com o socialismo!, chamou a atenção para a necessidade de interlocução do partido dentro dele mesmo. A valorização da militância, opina, é fundamental ao bom andamento do PT. “Desse ponto de vista, o PED não valoriza a militância. (...)Porque o vício das eleições burguesas cooptam e deixam os militantes de lado, porque eles lutam muito, dão muito trabalho”.
Em seguida, os candidatos fizeram perguntas entre si com temas livres. Na terceira etapa do debate, o público presente no Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté fez as perguntas. Lideranças e militantes expandiram o debate para temas como as privatizações, relações intra partidária e a participação das macros e do interior do estado na disputa de 2014. Com a preferência de 38,9% dos internautas, a organização partidária foi o tema da enquete do Portal Linha Direta escolhido para puxar o debate na quarta rodada de perguntas.
Considerações finais
Próximo ao fim do evento, os cinco candidatos avaliaram o andamento da atividade. Misa Boito insistiu que o debate de hoje girou em torno de temas nacionais, se afastando das necessidades apenas do estado de São Paulo. Ela atribui isso aos debates iniciados pelas manifestações de junho. “É preciso uma Constituinte soberana. Por isso eu acho que o PT precisa apoiar a proposta do MST, voltar seu olhar a esse embate”.
Emidio, por sua vez, questiona se o PT quer ser a esquerda analógica em um mundo digital ou se quer ser digital no mundo de hoje. “Eu digo isso pensando se ele quer ser o mesmo dos anos 80, em termos de bandeiras, ou se quer governar o Brasil. (...)Se eu tiver a honra de ser eleito no dia 10 de novembro, não vou governar apenas para aqueles que votaram em mim, vou governar para todos”, finaliza.
“A pesquisa [de avaliação dos governos Lula e Dilma] não pode ser nosso guia”, avalia Carlão. Segundo ele, é necessário reconhecer as conquistas do lulismo. No entanto, o espaço de iniciativas como a de hoje devem se voltar aos problemas, às necessidades internas do PT. E não aos elogios. “Precisamos corrigir a nossa rota, porque se não corrigirmos vamos perder aliados importantes, construções históricas importantes”.
Licio Lobo acredita que o debate evidenciou as divergências internas do PT. “A primeira delas, um setor que acha no central que tudo vai bem. (...) A minha chapa compartilha da ideia de que algo vai mal. Nós queremos e nós achamos que o PT tem que mudar para continuar mudando o Brasil”.
Miranda encerrou as falas alertando para a necessidade de leitura das teses, mas atenção redobrada às práticas de cada uma das chapas e dos candidatos. “Junho mostrou que é nas ruas que se faz o debate. Que é nas ruas, ganhando mentes e corações. É isso que o nosso partido necessita”, concluiu em seguida.
O debate será reprisado pela Web Rádio Linha Direta ás 16 horas de segunda, quarta e sexta-feira.